São Paulo - A Coca-Cola anunciou no último mês que criou uma garrafa pioneira: feita de plástico 100% da cana-de-açúcar. Ou seja, o plástico derivado do petróleo ficou para trás.
A "PlantBottle" foi apresentada na Expo Milano, conferência de tecnologia e alimentação. Apesar da origem orgânica, a marca alerta: a garrafa não é comestível.
De acordo com a empresa, a embalagem se parece com as tradicionais. O sistema de reciclagem é o mesmo, por exemplo. Mas com um plástico feito a partir da cana e não do petróleo, a "pegada ambiental" deixada no planeta é muito menor.
A primeira tentativa bem-sucedida da Coca-Cola de se livrar do petróleo aconteceu em 2009, quando criaram uma garrafa com 30% de plástico à base de planta.
Essa versão 30% "verde" já foi distribuída em 40 países nos últimos anos, em um total de 35 bilhões de embalagens. Nos EUA, já responde por 30% da produção. No mundo, representa 7%.
Calcula-se que, assim, 315 mil toneladas métricas de dióxido de carbono anuais foram poupadas à atmosfera. Essa quantidade de gases poluentes seria o equivalente a queimar 36 milhões de galões de gasolina (ou 743 mil barris).
Ainda não há previsão do uso das PlantBottles 100%. Mas uma empresa de biotecnologia fechou acordo com a companhia para produzir em escala comercial a invenção.
O objetivo da companhia é produzir e usar exclusivamente PlantBottles até 2020.
"A Coca-Cola está deternimada a liderar o processo para livrar a indústria das embalagens descartáveis da dependência dos combustíveis fósseis e das energias não-renováveis", disse um representante da empresa à CNN Money.
Eles alegaram também que vão ajudar empresas como Ford, Heinz, Nike, Procter & Gamble e SeaWorld a fazerem o mesmo com seus produtos.
Brasil
O Brasil pode lucrar - e muito - com essa iniciativa verde da Coca-Cola. É que já foi anunciado que toda a cana-de-açúcar usada nessas novas garrafas vem do Brasil.
Há também material secundário indiano - restos despejado a partir do processamento da cana naquele país.
A Coca também pretende usar novas tecnologias no futuro para transformar caules, cascas e restos de frutas em plástico orgânico.